domingo, 6 de junho de 2010

A Ana e a Academia


Momentos prévios de defesa do mestrado, após dois anos de dedicação, costumam gerar sensações e sentimentos peculiares a quem os experimenta. Independente de um sabor doce ou salgado, um filme passa em nossas mentes, referente às vivências desse período.
Para alguns mera conquista de título para galgar um emprego melhor, para outros realização pessoal com gosto de contribuição à sociedade. Embora deseje o trabalho, optei pela última, e tive o prazer de estar com outros idealizadores, entendendo aqui a ideologia como desejo de mudança e não como alienação.
Foi assim o meu encontro com a Ana...mulher, menina, militante e idealista. Com ela, mudamos o mundo em nossas mentes, várias vezes. Deixamos-os justo!
Idealizamos até o "grã-finale" - a defesa do mestrado, com a composição da banca e toda sua formalidade. Versos, música, poemas eram os aparatos para expressar à Academia todo o nosso amor pela humanidade e desejo de mudança,inclusive do próprio templo do suposto saber. No entanto, antes disso fomos barradas pelas cinzentas regras...Sim, mas uma vez elas! Os padrões nos obriga a uma apresentação tecnocrata e a uma avaliação idem. Por quê? Para quê? E a criatividade? O novo? Todas orientadas a serem deixadas de lado e reproduzir um pouco mais do mesmo!
Compartilhando a indignação, fecho o meu desabafo com as palavras da querida Ana,que como diz a música de Ana Cañas, é doce, mas quando azeda...e brilhantemente representa nossa ira atual, chamada por ela de Verborragia:


" A Academia é feita para poucos!!! Não há dúvidas senhores. Engendrada pela razão tecnocrática com nuances científicos, galga aos níveis mais altos da produção em massa de iguais. Não senhores, esta Academia não serve para mim de fato, tão singular. Tolheu minha poesia e desrespeitou meu povo. Esse povo que serve de base para produção científica, e fica com a vida aprisionada nos livros esquecidos das bibliotecas. Eu gosto é do cheiro, da cor, da estética, da ética de da política desse povo. E se não fizer sentido para esse meu povo, não fará para as bases de dados dessas universidades tão positivistas. Estão aprisionando a liberdade criativa dentro da formalidade dos iguais. Criação? Não, a Academia não permitirá!!! Idéias inovadoras? Guarde as para o bar, onde de fato, as pessoas apresentam capacidade intelectual para o novo, para a vida e para a filosofia".

Podemos tentar amiga...fazer a diferença, sempre!
Conte comigo!!

Leia Mais